O Âmbito Cultural do El Corte Inglés Grandes Armazéns de Lisboa tem o prazer de convidar para a 1ª sessão do ciclo de conferências A propósito de Kafka por Ana Rocha. A sessão decorrerá a 21 de Junho pelas 18h30 na Sala de Âmbito Cultural do El Corte Inglés Grandes Armazéns de Lisboa.

Sinopse do Ciclo

No dia 3 de Julho de 2023, completam-se 140 anos sobre o dia do nascimento em Praga de Kafka, o primogénito dos seis filhos do casal formado por Hermann e Julie Kafka.

O professor, novelista e poeta Angelo Maria Ripellino (1927-1973), o especialista italiano em estudos eslavos e russos, tradutor italiano de obras de Tchekov, Pasternak, Maiakovsky e Bely, escolheu estas frases iniciais para a sua obra intitulada ‘Praga Mágica’: “Todos os dias, pelas 17 horas, de chapéu de coco e fato negro, Franz Kafka regressava à sua casa na rua Celetna.  Todas as noites, o escritor Jaroslav Hasek proclamava nas tabernas aos seus companheiros de copos que o radicalismo é prejudicial e que o progresso só pode ser alcançado através da obediência à autoridade. Até dias de hoje, Praga continua a viver sob o signo destes dois escritores que, melhor do que todos os outros, expressaram a condenação irrevogável da cidade, o seu profundo mal-estar, as suas manias, o seu mau humor, a sua duplicidade, as suas artimanhas e a sua sinistra ironia”.

Durante o século XX, os escritos de Kafka foram muitas vezes interditos e também ignorados em vários países europeus, acusando-se a sua literatura de ser ‘burguesa’, ‘doentia’ e ‘alienante’. Reconhecido posteriormente como um autor de intransigente independência em relação a todos os regimes políticos, a maior parte dos livros de Kafka só se tornou conhecida em França depois da Ocupação, chamando a atenção dos leitores para aspetos nos quais Kafka já parecia estar a anunciar a barbárie názi e também com uma série de descrições em que já se pressentia a burocracia asfixiante, o terror do Gulag e dos universos concentracionários.

Passados quase 100 anos sobre a morte de Kafka, em 1924, aos 41 anos de idade, a escrita kafkiana continua a conquistar leitores com a sua intensidade, clareza, lucidez e atenção ‘cirúrgica’ a detalhes para os quais olhamos diariamente sem na realidade os vermos.  Afinal, o que é ser kafkiano?  Para responder a esta questão, escolhi apresentar e comentar um trio de obras que Kafka escreveu antes do início da I Guerra Mundial: A Metamorfose, a novela O Veredicto e os primeiros sete capítulos de América, um romance que ficou inacabado.

 Sinopse da Sessão

21 Junho 18h30 | Sala de Âmbito Cultural

A Metamorfose (em alemão, Die Werwandlung)

São descritas as desventuras do comerciante Gregor Samsa, que um dia acorda para ir apanhar o comboio, mas não consegue levantar-se da cama por estar transformado num monstruoso inseto. Kafka nunca quis que o inseto fosse identificado de forma concreta, de forma que os leitores podem especular à sua vontade sobre a forma do corpo desse ser. É um escaravelho com uma carapaça? As leituras e interpretações multiplicam-se. O que significa este ‘monstro’ que depende dos pais e da irmã? Que relações se estabelecem entre os parentes que vivem no apartamento? A solidão e a morte estão reservadas a Gregor e os leitores são levados habilmente a tomar consciência que aquela metamorfose sofrida pelo jovem é também e sobretudo a metamorfose dos familiares que o rodeiam.

A entrada é gratuita e adstrita a pré-inscrição.

A pré-inscrição pode ser feita nesta página ou no Ponto de Informação, Piso 0 do El Corte Inglés Grandes Armazéns de Lisboa.

Cada sessão do ciclo de conferências requer inscrição isolada.

Poderá também gostar de