O Âmbito Cultural do El Corte Inglés Grandes Armazéns de Lisboa tem o prazer de convidar para a 3ª sessão do ciclo de conferências A propósito de Kafka por Ana Rocha. A sessão decorrerá a 5 de Julho pelas 18h30 na Sala de Âmbito Cultural do El Corte Inglés Grandes Armazéns de Lisboa.

Sinopse do Ciclo

No dia 3 de Julho de 2023, completam-se 140 anos sobre o dia do nascimento em Praga de Kafka, o primogénito dos seis filhos do casal formado por Hermann e Julie Kafka.

O professor, novelista e poeta Angelo Maria Ripellino (1927-1973), o especialista italiano em estudos eslavos e russos, tradutor italiano de obras de Tchekov, Pasternak, Maiakovsky e Bely, escolheu estas frases iniciais para a sua obra intitulada ‘Praga Mágica’: “Todos os dias, pelas 17 horas, de chapéu de coco e fato negro, Franz Kafka regressava à sua casa na rua Celetna.  Todas as noites, o escritor Jaroslav Hasek proclamava nas tabernas aos seus companheiros de copos que o radicalismo é prejudicial e que o progresso só pode ser alcançado através da obediência à autoridade. Até dias de hoje, Praga continua a viver sob o signo destes dois escritores que, melhor do que todos os outros, expressaram a condenação irrevogável da cidade, o seu profundo mal-estar, as suas manias, o seu mau humor, a sua duplicidade, as suas artimanhas e a sua sinistra ironia”.

Durante o século XX, os escritos de Kafka foram muitas vezes interditos e também ignorados em vários países europeus, acusando-se a sua literatura de ser ‘burguesa’, ‘doentia’ e ‘alienante’. Reconhecido posteriormente como um autor de intransigente independência em relação a todos os regimes políticos, a maior parte dos livros de Kafka só se tornou conhecida em França depois da Ocupação, chamando a atenção dos leitores para aspetos nos quais Kafka já parecia estar a anunciar a barbárie názi e também com uma série de descrições em que já se pressentia a burocracia asfixiante, o terror do Gulag e dos universos concentracionários.

Passados quase 100 anos sobre a morte de Kafka, em 1924, aos 41 anos de idade, a escrita kafkiana continua a conquistar leitores com a sua intensidade, clareza, lucidez e atenção ‘cirúrgica’ a detalhes para os quais olhamos diariamente sem na realidade os vermos.  Afinal, o que é ser kafkiano?  Para responder a esta questão, escolhi apresentar e comentar um trio de obras que Kafka escreveu antes do início da I Guerra Mundial: A Metamorfose, a novela O Veredicto e os primeiros sete capítulos de América, um romance que ficou inacabado.

 Sinopse da Sessão

5 Julho 18h30 | Sala de Âmbito Cultural

América

Os primeiros sete capítulos de América (Der Verschollene no original em língua alemã) foram escritos entre 1910 e 1914. A obra foi publicada postumamente em 1927, sendo também conhecida com os títulos Amerika, O Homem Que Desapareceu, O Desaparecido e Perdido na América. Em busca de uma vida melhor, a personagem do jovem Karl Rossman é enviada pela sua família à América e vive mergulhada num sistema opressivo que o obriga a viver uma sucessão de situações bizarras e por vezes humorísticas, rodeado de figuras misteriosas que exercem a autoridade. Qual o motivo que levou Kafka a representar nesta obra a Estátua da Liberdade como uma figura que empunha uma espada e não como uma figura que empunha a tocha, ícone da condição de quem vive livre e lúcido?

A entrada é gratuita e adstrita a pré-inscrição.

A pré-inscrição pode ser feita nesta página ou no Ponto de Informação, Piso 0 do El Corte Inglés Grandes Armazéns de Lisboa.

Cada sessão do ciclo de conferências requer inscrição isolada.

 

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