Conferência: “Evocação de Herberto Helder”, por Diana Pimentel


No dia do seu aniversário, 23 de Novembro, às 19h00, na Sala de Âmbito Cultural  Lisboa (Piso 6)

Leituras por José Anjos.

Inscrições gratuitas no Ponto de Informação, Piso 0, do El Corte Inglés de Lisboa.

Desde os anos cinquenta do século vinte e provavelmente para o século futuro que falta, para que se aprenda o seu ofício cantante, a leitura da poesia e da prosa de Herberto Helder gera um tremor correlato tanto da dicção da primeira quanto da última palavra: o seu poema contínuo é inicial, corpo órgão a órgão em gestação ininterrupta.
Trata-se de uma força elementar e arterial, circulatória e incendiária, que opera principalmente sobre e com a sua própria voz.
Escute-se a paisagem de Herberto Helder: uma “linha sísmica atravessando a montagem das músicas”, “a dança, / arte dos números, / e o que se inventa”. Um “espaço que o corpo soma quando se move”, o lugar em que o autor “sou múltiplo”.
Se a poesia maior do século XX e XXI é trespassada pelo curto-circuito que a voz de Herberto Helder funda e é, torna-se inevitável aceitar-se que, em Herberto Helder, o prestígio da poesia é menos ela não acabar nunca do que propriamente começar.
É um início perene, nunca uma chegada seja ao que for. Lembre-se a origem.
Diana Pimentel (1972), doutorada em Letras, é professora auxiliar da Faculdade de Artes e Humanidades da Universidade da Madeira, crítica literária e ensaísta.
Colaborou com Daniel Oliveira e Raquel Gonçalves na investigação, selecção, transcrição e revisão do livro de Herberto Helder Em minúsculas (Porto Editora, 2018).
Sobre Herberto Helder publicou fogo forte e silêncio – Ensaios sobre literatura portuguesa contemporânea, Rio de Janeiro (Editora Oficina Raquel, 2017). Sobre Herberto Helder (Edições Guilhotina, 2016); Ver a Voz, Ler o Rosto – uma polaróide de Herberto Helder (Campo das Letras, 2007); e, em co-autoria com Luis Maffei (selecção e organização), Até que. Herberto. (Edições Guilhotina , 2016).
Tem colaborado nas revistas Relâmpago (Fundação Luís Miguel Nava), Colóquio/ Letras (Fundação Calouste Gulbenkian) e Revista de Estudos Literários (Centro de Língua Portuguesa da Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra).

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