O Âmbito Cultural do El Corte Inglés tem o prazer de convidar para o Curso “As Revolucionárias” por Maria João Lopo de Carvalho, a realizar-se nos dias 6, 7, 13, 14 e 21 de Fevereiro, pelas 18:30 horas, na Sala de Âmbito Cultural do El Corte Inglés de Gaia – Piso 6.

Sinopse

 Ao longo de cinco sessões iremos abordar e refletir sobre a luta das nossas «avós» pelo feminismo, pelo papel da mulher na sociedade, pela igualdade entre os sexos, pelos direitos da mulher. A verdade é que o exemplo de coragem, destas doze revolucionárias, que iremos aprofundar ao longo de cinco sessões, abriu-nos o caminho, derrubou os muros para que hoje pudéssemos ter voz ativa e vida ativa na sociedade. E sobretudo liberdade de escolha. Iremos contextualizar a vida e as vidas atribuladas, apaixonadas e aventureiras destas doze mulheres com a História de Portugal e da Europa nos primeiros anos do século XX. Será um espaço de reflexão tomando por exemplos as escolhas destas mulheres (todas já adultas em 1910)  muitíssimo diferentes e no entanto, estranhamente parecidas. Nada sabemos hoje sobre amanhã, mas há uma certeza: a batalha que travaram mantem-se inacabada, há muito por fazer. O passado está escrito e o futuro?

 Programa:

 1ª sessão – 6 de fevereiro

Maria Amália Vaz de Carvalho, Carolina Michaelis de Vasconcelos e Irene Lisboa

Nesta primeira sessão, começando por contextualizar a época em que viveram estas três mulheres desobedientes, focar-nos-emos na importância da educação feminina, na criação das primeiras escolas para raparigas, no feminismo de três grandes mulheres que não se consideravam nem feministas nem ativistas, mas que tiveram um papel fundamental na instrução e educação das raparigas. Como dizia, Maria Amália «há que começar por educar a mulher». Vivendo em épocas diferentes, mas todas cruzando a Revolução Republicana, foram fundamentais para abrir as portas das escolas, às raparigas. De salientar aqui que Maria Amália e Carolina Michaelis de Vasconcelos foram as primeiras mulheres com assento na Academia das Ciências. Terá sido um bom sinal?

 

2a Sessão ­– 7 de fevereiro

Adelaide Cabete e Beatriz Ângelo

Adelaide Cabete e Beatriz Ângelo foram as duas primeiras médicas portuguesas que, simultaneamente exerceram com devoção e entusiamos um papel muitíssimo importante no ativismo feminino, no início do século 20. Adelaide Cabete proveniente. de Elvas e de uma família com poucos recursos e Beatriz Ângelo nascida e criada na Guarda, foram elas que bordaram as primeiras bandeiras da República Portuguesa e Beatriz Ângelo foi a primeira mulher a exercer o direito de voto na Península Ibérica. Com muitas semelhanças e muitas diferenças, foram ambas fundamentais para pôr na agenda os direitos das mulheres, mas terão sido ouvidas?

 

3ª sessão – 13 de fevereiro

Ana de Castro Osório e Virgínia de Castro e Almeida

Ana de Castro Osório e Virgínia de Castro e Almeida, começaram ambas pela literatura infantil e para recolha dos contos tradicionais portugueses. Cedo enveredaram pelo ativismo no feminino arregimentando mulheres lutadoras e inconformadas para as diversas organizações feministas. Obrigadas a falar muito alto para serem ouvidas., tiveram de enfrentar diversos obstáculos e várias vezes se acharam num beco sem saída Virgínia foi simultaneamente uma das primeiras cineastas portuguesas e ambas viveram muitos anos fora de Portugal. Dentro de portas, não conseguirem que as suas convicções desfiassem as convenções. Ana de Castro Osório foi, acima de todas as outras, fundamental para a organização e a luta árdua dos movimentos feministas. Veremos como e porquê.

4ª sessão– 14 de fevereiro

Angelina Vidal e Virgínia Quaresma

Angelina Vidal e Virgínia Quaresma, vivendo em épocas distintas, mas ambas obedecendo ao critério desta colectânea de revolucionarias, têm muitos pontos em que se cruzam. Nunca tiveram medo de ser diferentes, nunca tiveram medo de ser ouvidas, nunca tiveram medo de escrever e de dizer o que quisessem, sem medir as consequências de tais atos. Angelina Vidal foi uma das primeiras sindicalistas e talvez de todas elas, a mulher que mais participação teve na imprensa; Virgínia Quaresma dedicou-se  ao que hoje podemos chamar de jornalista/ repórter. No fim da vida concluiu:  «Fui apenas uma redatora que amava o jornalismo e que vivia para a reportagem.» Ambas foram muito mais do que «apenas» redatoras de uma vida e de uma época, veremos porquê.

 

5ª sessão – 14 de fevereiro

Domitila de Carvalho, Regina Quintanilha e Maria Lamas

Terminaremos este ciclo de mulheres desobedientes, com três casos muito distintos: Domitila de Carvalho, a primeira deputada na Assembleia da República, no tempo do Estado Novo e apaixonada por Salazar; Regina Quintanilha a primeira advogada licenciada em Coimbra e Maria Lamas, quase nossa contemporânea: a mulher que lutou com quantas armas e vozes tinha contra o Estado Novo e contra a ditadura. Todas saltaram o muro, todas desfiaram a autoridade, todas foram profundamente revolucionárias, apaixonadas, lutadoras e sobretudo muitíssimo corajosas e aqui abriremos a janela ao futuro. Que muros haverá para saltar que desobediências nos estão prometidas? Como poderemos amplificar a nossa voz? O certo é que a revolução continua por fazer.

 

Maria João Lopo Carvalho

Biografia:

É licenciada em Letras pela Universidade Nova de Lisboa. Foi professora de português e de inglês. Passou pelas áreas de educação e cultura na Câmara Municipal de Lisboa e foi copywriter numa agência de publicidade. Começou a publicar na Oficina do Livro em 2000. Tem cerca de oitenta títulos editados, vários bestsellers, entre romances, livros infantis, livros de crónicas e manuais escolares com a chancela do Instituto Camões. Tem tido grande destaque na literatura infanto-juvenil e é autora recomendada pelo Plano Nacional de Leitura. Marquesa de Alorna foi o seu primeiro romance histórico, já na 14ª edição, estando neste momento a ser adaptado para uma serie televisiva. Seguiram-se: Padeira de Aljubarrota, até que o Amor me mate, o Fado da Severa, o Bisavô, As Revolucionarias, doze mulheres portuguesas desobedientes e a História de Portugal de cor e salteada.

Poderá também gostar de