Curso “História da Arte – Olhar e Ver”, por José Carlos Pereira

De 29 de Outubro a 3 de Dezembro (Segundas e Quartas), às 18h30, na Sala de Âmbito Cultural de Lisboa (Piso 6)

Inscrições até dia 22 de Outubro, no Ponto de Informação (Piso 0).

 

Dado o seu valor intrínseco, a arte conquistou um lugar muito especial ao longo do tempo nas diversas sociedades.
Em razão dessa especificidade, as obras de arte foram colocadas em locais de profunda carga simbólica (cavernas, templos, palácios, entre outros), sendo que hoje tendem a permanecer em grandes museus, espaços que se assemelham, por vezes, a majestosas catedrais, com rituais próprios, mesmo se nem sempre aí se sintam em casa, pois muitas delas foram criadas para outros locais, segundo referências, códigos e inquietações muito diferentes.
Apesar da sua prática e linguagem própria, a arte não deixa de reflectir as ideias políticas, sociais, filosóficas e religiosas vigentes em cada época. Neste contexto, o curso de História da Arte procura fazer o enquadramento de alguns temas e problemáticas no território das práticas artísticas, de modo a que, perante uma obra de arte, consigamos melhor com ela dialogar ao nível da luz, das relações simbólicas, do espaço, da composição, do cromatismo, etc., enquadrando-a no tempo e no espirito que lhe pertencem. As sessões serão preenchidas com a análise formal e teórica das obras que possam caracterizar o período e as temáticas abordadas.

José Carlos Pereira é licenciado em filosofia, doutorado em Estética e professor auxiliar na Faculdade de Belas-Artes da Universidade de Lisboa. É autor dos seguintes livros: O Valor da Arte (2016), Fundação Francisco Manuel dos Santos, As Doutrinas Estéticas em Portugal: do romantismo à Presença (2011), Editorial Hespéria, e Olhar e Ver: 10 obras + 2 para compreender a arte (2ª edição no prelo).

 

Programa:

1ª Sessão – 29 Outubro
Introdução: os códigos da pintura. Rogier Van der Weyden (1400?-1464) e A Descida da Cruz.

2ª Sessão – 31 Outubro
A narrativa mitológica. Botticelli (1445-1510): A Primavera e Minerva e o Centauro.

3ª Sessão – 5 Novembro
A graça fluída do gesto. Parmigianino (1503-1540) e uma representação menos convencional da Virgem.

4ª Sessão — 7 Novembro
Um outro olhar sobre o Calvário. Pieter Bruegel, o velho (1525?-1569), ou a subtileza dos pormenores.

5ª Sessão – 12 Novembro
A pedagogia da imagem. Murillo (1618-1682) e a retórica do poder eclesiástico.

6ª Sessão – 14 Novembro
A natureza-morta. Chardin (1699-1779) e a arte da encenação na pintura.

7ª Sessão – 19 Novembro
A transição para o século XX. Cézanne (1839-1906): o outro modo de ver a natureza.

8ª Sessão – 21 Novembro
A experiência do Cubismo. Bracques (1882-1963) ou a inusitada representação da figura feminina.

9ª Sessão – 26 Novembro
Uma serenata trágica. Picasso (1881-1973) e a função simbólica do espaço.

10ª Sessão – 28 Novembro
A estranheza do retrato. Bacon (1909-1992): uma outra maneira de pintar.

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