O Âmbito Cultural do El Corte Inglés tem o prazer de convidar para o Curso , “História Popular de Portugal” por Raquel Varela realizar-se nos dias 15,16, 22 e 23 de Janeiro, pelas 18:30 horas, na Sala de Âmbito Cultural do El Corte Inglés de Gaia – Piso 6.

Sinopse

Quando o Rei mandou o povo submeter-se aos invasores, os povos da Península Ibérica desobedeceram, iniciando a revolução contra as invasões francesas. Entrava na história o povo em revolução: resistente à usurpação de terras pela nobreza e os liberais; à taxação sufocante que os expropriava, em mais de 30 revoltas no século XIX. Ao mesmo tempo, o povo inaugura a luta pela emancipação da exploração – no Rossio em 1838, na conquista pelo direito de reunião, na primeira greve da história do país em 1849; no apoio nos infortúnios, na luta pela redução do horário de trabalho e aumentos salariais, na edificação cultural. Na revolução ibérica de 1868, recebendo logo depois os ventos da Comuna de Paris, na luta por direitos sociais e políticos, na resistência ao fascismo nos anos 1930 até à Revolução dos Cravos, a última e mais importante revolução socialista da Europa do pós-guerra, e à emergência dos novos movimentos sociais e novo sindicalismo, findo o pacto social em 2008. Há história sem o povo que a faz?

1.ª SESSÃO — 15 DE JANEIRO

A revolução contra as invasões francesas. Os camponeses contra a expropriação das terras. A luta dos artesãos contra a proletarização e alienação no trabalho. As migrações e o exército industrial de reserva. A revolução de 1836-38. Da Maria da Fonte à crise de 1870. As revoluções de 1848 e as primeiras greves operárias. O Mutualismo.

2.ª SESSÃO — 16 DE JANEIRO

Da Fraternidade Operária ao jornal A Batalha. Como os mais de 350 jornais de trabalhadores, as greves de solidariedade e os seus fundos de greve marcaram a viragem do século XIX para o XX, e a situação pré-revolucionária durante a Primeira República? Crise, guerra e revolução: a tríade da história contemporânea.

A revolução ibérica e a Comuna de Paris (1868-1973). A Internacional e a Fraternidade Operária. Contra a caridade, a solidariedade. Fundos de Greve. As Conferências Democráticas. O que é o Socialismo? Educação, para quem? O 1º de Maio, o sindicalismo revolucionário.

3.ª SESSÃO — 22 DE JANEIRO

Da Primeira República à Ditadura Militar: uma situação pré-revolucionária? As lutas operárias contra a repressão burguesa republicana. A resistência à I Guerra Mundial e a influência da Revolução Russa. O Iberismo revolucionário. A Revolução Ibérica – Portugal e Espanha nos anos 1930. A derrota histórica do movimento operário. A resistência cultural e política. As revoluções anticoloniais e a luta contra a guerra colonial. As correntes marxistas. As cheias de 1967 e a «Nova Esquerda». A revolução na Europa, 1968. A Canção de protesto: as greves de 1968 a 1970.

4.ª SESSÃO — 23 DE JANEIRO

A história da revolução social nascida em 1961, com base na revolta dos trabalhadores forçados e na direção política dos movimentos nacionalistas de libertação africanos. A revolução é um processo histórico de dezanove meses, onde nos locais de trabalho houve uma democracia participativa, com dualidade de poderes, contra o Estado e a classe dominante, num país que nunca existira como tal para a maioria. O devir da democracia liberal. Do 25 de Novembro de 1975 à Lisnave, do cavaquismo à crise do pós-troika ou ao governo da Geringonça, passando pela restruturação produtiva e o papel dos sindicatos. Que futuro?

 

Raquel Varela

Biografia

Raquel Varela é historiadora e professora na FCSH/UNL. É presidente do Observatório para as Condições de Vida e Trabalho e coordenadora do Social Data/Nova Sustainability. É autora de História do Povo na Revolução Portuguesa, Breve História da Europa, Breve História de Portugal (escrito com Roberto della Santa), Quem Paga o Estado Social em Portugal? (coord). É autora de ensaios sobre a contemporaneidade, como Do Medo à Esperança, com Coimbra de Matos, ou Para Onde Vai Portugal?, editados pela Bertrand. Publicou com Robson Vilalba a novela gráfica Utopia e em 2024 estreou‑se no romance biográfico com O Canto do Melro, a vida do padre revolucionário José Martins Júnior.

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