Curso “O pensamento Português no século XX”, por Miguel Real.

De 21 de Fevereiro a 14 de Março (Terças e Quintas-Feiras), às 18h30, na Sala de Âmbito Cultural  Lisboa (Piso 6)

Inscrições disponíveis até dia 14 de Fevereiro. no Ponto de Informação (Piso 0) do El Corte Inglés de Lisboa.

Seja por oposição, seja por influência determinante, o “pensamento português” não vive isolado da evolução do pensamento europeu. A concepção de um pensamento português como uma ilha separada, auto-alimentando-se da sua própria cultura, distinta da evolução mental do restante continente, constitui um erro de perspectiva cultural que tende(u) a absolutizar um certo nacionalismo. Em sete sessões evidenciar-se-á um conjunto de pensadores portugueses, de 1890 ao final do século XX, que demonstram uma notável singularidade no campo filosófico e cultural, detectando sempre, no seu pensamento, por antítese, por imitação ou simplesmente por normal influência, as suas raízes europeias.

Miguel Real, investigador do CLEPUL – Centro de Literaturas e Culturas Europeias e Lusófonas da Universidade de Lisboa, publicou os ensaios O Pensamento Português
Contemporâneo. 1890 – 2010 (2011), Nova Teoria do Mal (2012), Nova Teoria da Felicidade (2013), Nova Teoria do Sebastianismo (2014), O Futuro da Religião (2014), Manifesto em Defesa de uma Morte Livre (2015), Portugal – Um País Parado no Meio do Caminho. 2000 – 2015 (2015), O Teatro na Cultura Portuguesa do Século XX (2016), Nova Teoria do Pecado (2017), Traços Fundamentais da Cultura Portuguesa (2017) e Fátima e a Cultura Portuguesa (2018).

Programa

1.ª SESSÃO — 21 DE FEVEREIRO
– Apresentação do quadro configurador do pensamento português;
– O pensamento português no final do século XIX: tensão entre o espiritualismo católico tradicional (o Jesuitismo, o Neo-Tomismo) e três pensadores heterodoxos: Pedro Amorim Viana, Antero de Quental e Oliveira Martins.

2.ª SESSÃO — 26 DE FEVEREIRO
– O pensamento português no tempo da I República: a tensão entre o criacionismo de Leonardo Coimbra, o nacionalismo lírico de Teixeira de Pascoais e o misticismo de Sampaio Bruno e o Positivismo e Teófilo Braga definem dois vectores do pensamento português até ao 25 de Abril de 1974: o Nacionalismo Católico e o Racionalismo
europeu;
– A emergência do Modernismo: F. Pessoa e a teoria do neo-paganismo.

3ª SESSÃO — 28 DE FEVEREIRO
– O pensamento português no tempo da I República (cont.):
– Tensão entre o naturalismo de Miguel Bombarda e Júlio de Matos e o pensamento católico dos padres jesuítas da fundação da Brotéria e do Colégio de São Fiel;
– Tensão entre o nacionalismo absolutista de António Sardinha (o Integralismo Lusitano) e a visão racionalista da História de Portugal de António Sérgio como fundamento do seu conceito de “Democracia”;
– Posição cultural das revista A Águia (1912) Seara Nova (1921) e Presença (1927).

4ª SESSÃO — 5 DE MARÇO
– Visões de Portugal de Cesário Verde, Camilo Pessanha, Raul Brandão, António Patrício, Manuel Teixeira-Gomes e Jaime Cortesão, todas opostas à visão de Portugal de Oliveira Salazar e Gonçalves Cerejeira (antes, este último, da emergência da revolução nacional em 1926).

5ª SESSÃO — 7 DE MARÇO
– O pensamento português ao longo do Estado Novo: tensão entre o pensamento de Álvaro Ribeiro e de José Marinho e o de Joaquim de Carvalho e de Abel Salazar;
– Tensão entre o pensamento de Delfim Santos (aporeticidade) e o de Bento de Jesus Caraça (materialismo dialéctico e histórico).

6ª SESSÃO — 12 DE MARÇO
– O pensamento português ao longo do Estado Novo (continuação): a emergência de um novo pensamento estranho às tradições republicanas – Eduardo Lourenço, Sant’Anna Dionísio, António José Saraiva, Agostinho da Silva Padre Manuel Antunes e José Enes;
– A década de 1960 – a explosão de um novo pensamento europeu em Portugal.

7ª SESSÃO — 14 DE MARÇO
– O pensamento português pós-25 de Abril de 1974:
– O pensamento europeu de Fernando Gil, Viriato Soromenho Marques, Boaventura de Sousa Santos, Manuel Maria Carrilho;
– O pensamento “português” de António Quadros, Dalila Pereira da Costa, António Brás Teixeira e António Telmo – a valorização da Lusofonia de Renato Epifânio.

 

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