Curso “Toda a História do Cinema em 10 episódios e meio”, por António-Pedro Vasconcelos

De 5 de Novembro a  12 de Dezembro (Segundas e Quartas), às 19h00, na Sala de Âmbito Cultural  Lisboa (Piso 6)

Inscrições disponíveis até dia 29 de Outubro. no Ponto de Informação (Piso 0).

A abordagem à História do Cinema tem de ter em conta que este nasceu e se desenvolveu simultaneamente nos EUA e na Europa. Por isso, antes de mais, a sua História tem de ser vista em função das relações entre os dois continentes ao longo de mais de um século, desde que Lumière fez a primeira projecção pública, em 1895, até hoje, e das diferentes concepções que marcaram a sua evolução de um e do outro lado do Atlântico: para os americanos, o cinema sempre foi a “fábrica de sonhos”, uma indústria de entertainment controlada pelos produtores, enquanto os europeus sempre o viram como a “7.a Arte”, dirigida pelos realizadores.

Mas, até por isso, a História do Cinema é também a do equilíbrio entre produtores e realizadores: entre as exigências e os condicionamentos da produção industrial e a dependência do talento – entre a arte e o dinheiro.

Por outro lado, a evolução do cinema está profundamente ligada às condições políticas, económicas e culturais de cada época, desde a hegemonia dos estúdios na Hollywood dos anos 20, 30 e 40, aproveitando os efeitos devastadores da I e da II Grande Guerra na Europa, ao aparecimento do neo-realismo na Itália do pós-Guerra, da Nouvelle Vague na França gaullista, à nova geração de Hollywood nos anos 70.

E há também que considerar os sucessivos progressos técnicos (som, cor, cinemascope, etc.) que condicionam e alargam os horizontes da linguagem cinematográfica.

O aparecimento da TV e, depois, do vídeo e do digital, vêm depois revolucionar a economia do cinema, os seus modos de produção e de exploração: de concorrente da tela, o “pequeno ecrã” acabou por se tornar um precioso aliado na nova economia do cinema.

O curso vai descrever esta evolução, enquadrada por estas diferentes perspectivas, até aos anos 90 do século passado, altura em que assistimos ao declínio do cinema europeu e à hegemonia quase total do cinema americano, cujas razões iremos também analisar.

 

António-Pedro Vasconcelos é realizador e produtor, crítico e comentador, e um dos protagonistas do panorama cinematográfico português desde a década de 1960, com o aparecimento do chamado “cinema novo”.

Depois de vários documentários e filmes de publicidade, realiza o seu primeiro filme, Perdido por Cem, em 1973, e a partir daí, uma dezena de filmes, sendo o último Parque Mayer, a estrear em Dezembro deste ano. Paralelamente tem realizado vários documentários para a televisão, publicou 5 livros sobre vários temas, desde a TV ao futebol, passando pela crítica literária e um ensaio sobre O futuro da Ficção, e deu aulas no Conservatório e na Universidade Moderna.

Programa:

1.ª SESSÃO — 5 NOVEMBRO

O nascimento do cinema. “O cinema começou por não

existir”. Edison e os irmãos Lumière.

2.ª SESSÃO — 7 NOVEMBRO

O Mudo (I) EUA. Griffith e “O Nascimento de uma Nação”.

Stroheim. O burlesco: Chaplin, Keaton.

3.ª SESSÃO — 12 NOVEMBRO

O Mudo (II) Europa. A 7.a Arte. O Expressionismo alemão

URSS. Eisenstein.“O Cinema é a mais importante das artes”

(Lénine).

4.ª SESSÃO — 14 NOVEMBRO

O Sonoro – EUA. Anos 30. Irving Thalberg e a era dos

estúdios. Os géneros. O código Hays. Roosevelt. O sonoro:

“Garbo talks”.

5.ª SESSÃO — 19 NOVEMBRO

Os Anos 40 – EUA. A guerra. O colapso do cinema Europeu.

USA: A reacção dos autores: “The Name Above the Title”

O início da produção independente.

6.ª SESSÃO — 26 NOVEMBRO

O Pós-Guerra – Itália. O neo-realismo:“A realidade está à

frente dos nossos olhos. Para quê manipulá-la?” (Rossellini)

7.ª SESSÃO — 28 NOVEMBRO

Anos 50 – EUA (I). A nova geração de “autores” e de actores.

Nova Iorque e a Broadway. A esquerda americana e o maccarthismo:

“A caça às bruxas”.

8.ª SESSÃO — 3 DEZEMBRO

Anos 50 – EUA (II). O aparecimento da TV e a reacção de

Hollywood: o cinemascope. Preminger e o fim do código Hays.

9.ª SESSÃO — 5 DEZEMBRO

Anos 60 – Europa. Os “Cahiers du Cinéma”. A Cinemateca:

Henri Langlois. A Nouvelle Vague francesa. Inglaterra: o

Free Cinema. A Alemanha. A descoberta de Ingmar Bergman

e do cinema japonês.

10.ª SESSÃO — 10 DEZEMBRO

Anos 70 – EUA. A geração pós-Vietname. O regresso do cinema

de evasão (Spielberg, Lucas). A era Reagan: o regresso

dos “Heróis”.

1/2 SESSÃO — 12 DEZEMBRO

Os mestres. Alguns grande Mestres solitários e incontornáveis

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