Lançamento do livro “São Paulo, Prisão de Luanda”, de Carlos Taveira.

Dia 17 de Janeiro, às 18h30, na Sala de Âmbito Cultural do El Corte Inglés de Lisboa (Piso 6).

O livro será apresentado pelo Professor Manuel Ennes Ferreira. 

Sinopse

Quase todos os partos das nações fazem-se na dor, e Angola não foi excepção.
Em finais de 1976, a cadeia de São Paulo, em Luanda, estava nas mãos da DISA, a polícia política do regime angolano sob a presidência de Agostinho Neto, quando Carlos Taveira, acusado de pertencer à Organização Comunista de Angola (OCA), foi preso sem direito a defesa ou a julgamento, como tantos outros, por tempo indeterminado.
Foi em São Paulo que o autor viveu o golpe de Estado de 27 de Maio de 1977, o grande tabu da história de Angola, que culminou nas execuções de Nito Alves, José Van Dúnem, Sita Valles e milhares de supostos apoiantes. Nestas memórias, relata pormenores do assalto à cadeia, que esteve cinco horas debaixo de fogo, conta como a repressão se adensou depois da intentona, revela torturas, espancamentos e execuções extra-judiciais. Mas, com um humor desconcertante, também descreve momentos de lazer e incríveis aventuras que viveu na prisão.

Autor

Carlos Taveira (Piri) veio ao mundo em 1953, numa quinta-feira de lua nova, numa praia do Atlântico Sul em Angola (Lobito), de pais também por lá nascidos. Ali cresceu e completou o liceu, ali o apanhou o conflito armado que levou à Dipanda, a independência, em 1975.
Dez anos depois, fugindo à guerra e a alguns percalços a que o conduziram certas vias de esquerda, migrou, com a família, dos trópicos para as neves de Montreal, em pleno Inverno canadiano. De Montreal a Otava, ganha a sua nova vida como consultor em informática para o governo federal canadiano.
Com o rolar dos anos (e das rotativas tipográficas), foi deixando na esteira da vida alguns romances e uma recolha poética. Utilizou as línguas de Camões e de Molière, interessando-se sobretudo por figuras lusófonas que marcaram a história do Canadá. Regressa à sua língua natal a bordo destas memórias.

 

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