Conferência: “Natal: o paraíso perdido”, por António Valdemar

Dia 19 de Dezembro, às 19h00, na Sala de Âmbito Cultural  Lisboa (Piso 6)

Leituras por Teresa Coutinho.

Inscrições gratuitas no Ponto de Informação, Piso 0, do El Corte Inglés de Lisboa.

O Natal, através dos séculos, tem motivado poetas, escritores, dramaturgos, artistas plásticos e músicos de todas as tendências para a celebração do Natal. Somos confrontados com as angústias dominantes no horizonte dos dias, as rotinas sociais e políticas que invadem o quotidiano.

A imaginação criadora de São Francisco de Assis transformou em realidade a narrativa bíblica.

A palavra deu lugar à reposição, ao vivo, do relato do Evangelho de São Lucas: a presença da mãe, do pai e do filho menino; na companhia do boi, do jumento e das ovelhas, num estábulo humilde e obscuro de Belém.

Assim fez representar, no silêncio da noite e ao ar livre, o nascimento de Jesus. Predomina na comemoração do Natal, a confidência lírica, o arrebatamento místico, as interrogações existenciais e teologais. Reacende-se a interminável carga nostálgica, em redor do paraíso perdido da infância e da adolescência; a tranquilidade do mundo rural, perante as desigualdades sociais, a insegurança e turbulência das cidades. Todas as formas de expressão literária e estética, incidem na retrospectiva do passado e no olhar fixo no presente, sempre na expectativa da mudança. O desassossego do mundo e a inquietação dos homens continuam a intensificar o apelar para a tolerância e a paz, a solidariedade e a justiça, o diálogo e a reconciliação.

A luz que brilha nos olhos das crianças irradia um sinal de esperança que se projecta no coração de cada um de nós.

 

António Valdemar nasceu em S. Miguel, nos Açores, em 1938. Tem exercido o jornalismo profissional desde o fim da década de 1950. Iniciou a carreira no jornal República. Entrou, em 1960, para o quadro do jornal Diário de Notícias, onde permaneceu até 1968; regressou ao Diário de Notícias em 1980 como redactor editorialista e coordenador do suplemento Artes e Letras, exercendo funções até 2007.

Dirigiu, durante seis anos, a galeria Diário de Notícias, no Chiado, organizando dezenas de exposições de alguns dos mais representativos escultores, pintores e ceramistas contemporâneos.

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