A PALAVRA MENOS A LÍNGUA é um acontecimento performático em que a poesia tornada viva em cena se funde com a cinética e, de forma não ensaiada, com outras expressões artísticas como a dança e a música. Cada sessão, uma nova fusão, sem ensaios prévios, a evocar o clima exclusivo das jam sessions, sendo, assim, sempre um acontecimento único e irrepetível. Calí Boreaz, a poeta e performer criadora, desafia, para duas sessões de fusão no El Corte Inglés, em Gaia e em Lisboa, a bailarina Carolina Morais Fonseca e os músicos Sara Santos Ribeiro e Tiago Baptista.

Na performance, propõe-se um desvio para refletir sobre a jornada do humano contemporâneo, a relação com a sua origem, o seu futuro, a memória, o amor, a solidão, a linguagem, o tempo, a ficção civilizacional. Uma desconstrução em camadas é o eixo para o encontro e reabitar de uma experiência humana mais significativa. O que é real? Como desconstruir a identificação excessiva com as construções do ego e da civilização se isso desafia os limites da visibilidade? E se o grande encontro humano acontecer a partir da solidão mais profunda de cada um?

A PALAVRA MENOS A LÍNGUA é um convite não para uma evasão da realidade, antes para um adentramento radical nela, com o propósito de estarmos melhor nela,
mais vivos.

Biografias

Calí Boreaz é autora dos livros Tesserato, Outono Azul a Sul, A Tela Finalmente Escura, do zine A Palavra Menos a Língua e de diversos espetáculos de fusão artística. É portuguesa e vive no Rio de Janeiro, onde recebeu, entre algumas nomeações, o Prémio de Melhor Atriz pela sua interpretação como Hamlet no Festival de Teatro do Rio de Janeiro em 2012.

Carolina Morais Fonseca é bailarina, coreógrafa, professora de Danzaduende e diretora do projeto Gypsy Duende. Portuguesa, estudou Ginástica Acrobática, Dança Clássica & Moderna e Filosofia Budista em Portugal, na Bélgica, na França e nos EUA. Aprofunda a sua investigação através de contínuas viagens e vivências com povos nómadas da Ásia Central, Europa Oriental e América do Sul. Absorve, transforma e traduz gestos e culturas libertando a Dança do exotismo folclórico e redescobrindo a natureza humana.